Ergonomia no varejo e logística: Como Prevenir Afastamentos com Ações Simples
- Estagiário Nextcon
- 4 de set.
- 4 min de leitura
O setor de Varejo e Logística está entre os que mais registram afastamentos por problemas musculoesqueléticos no Brasil. Longas jornadas, movimentação de cargas, posturas inadequadas e estações de trabalho mal adaptadas são fatores que comprometem a saúde dos colaboradores e impactam diretamente na produtividade da empresa.
A Ergonomia no âmbito de Varejo e Logística, quando aplicada de forma prática e estratégica, pode reduzir drasticamente esses riscos, e o melhor: sem exigir investimentos altos. Neste artigo, você vai entender como pequenas ações podem prevenir afastamentos, aumentar o bem-estar e melhorar o desempenho das equipes no dia a dia.
Sumário:

1- O que é Ergonomia e por que é essencial no varejo e logística
A Ergonomia é a ciência que adapta o trabalho às capacidades e limitações do corpo humano, visando reduzir esforços excessivos e prevenir lesões. No varejo e logística, onde há atividades repetitivas, carregamento de peso, movimentação constante e períodos prolongados em pé, a falta de cuidados ergonômicos pode resultar em LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) e até afastamentos prolongados.
No Brasil, a NR-17 estabelece os parâmetros mínimos de ergonomia, incluindo requisitos para mobiliário, design de estações de trabalho e ambientes seguros. Esta Norma Regulamentadora foi revisada ao longo dos anos, com atualizações em 2022 que incluíram obrigatoriedade de Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP), além da integração à NR-01 e ao PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos).
2- Principais riscos ergonômicos no varejo e logística
Segundo dados da Previdência Social, mais de 600 mil casos de afastamentos por Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares foram registrados entre 2011 e 2021. Entre eles, se destacam os seguintes riscos ergonômicos:
1. Levantamento e transporte de cargas
O transporte manual de caixas, mercadorias e equipamentos é uma das principais atividades no varejo e logística, mas quando feito sem técnica ou apoio adequado, sobrecarrega músculos, articulações e, principalmente, a coluna vertebral.
Movimentos bruscos, torções do tronco e excesso de peso aumentam o risco de lesões como lombalgias, hérnias de disco e distensões musculares. A NR-17 orienta que sejam adotadas técnicas corretas de levantamento (flexionando os joelhos, mantendo a carga próxima ao corpo) e, sempre que possível, o uso de equipamentos auxiliares, como carrinhos, paleteiras e empilhadeiras.
2. Posturas prolongadas
Muitos trabalhadores do varejo e logística passam horas na mesma posição, seja em pé atendendo clientes, operando caixa, conferindo mercadorias ou sentados em mesas de controle e separação de pedidos. Essa imobilidade postural, sem pausas regulares, gera fadiga muscular, dores nas pernas, inchaços, rigidez articular e problemas circulatórios.
O ideal é intercalar posições ao longo da jornada, utilizar apoios para pés ou assentos de descanso e programar micro pausas de alongamento. A NR-17 recomenda a alternância de postura e a organização de pausas para minimizar os efeitos nocivos da permanência estática.
3. Movimentos repetitivos
No setor logístico, atividades como embalar, etiquetar, separar pedidos e organizar prateleiras são executadas diversas vezes ao dia. No varejo, o manuseio constante de produtos e uso repetitivo de leitores de código de barras também entram nessa categoria. Esse tipo de esforço contínuo pode causar LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos / Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), que evoluem de desconfortos temporários para condições crônicas, se não houver intervenção.
A prevenção inclui pausas ativas, rodízio de funções e uso de ferramentas adaptadas para reduzir a sobrecarga nos músculos e tendões.
4. Falta de adequação dos postos de trabalho
Quando bancadas, esteiras, caixas de embalagem e prateleiras estão em alturas inadequadas, o colaborador precisa curvar-se, esticar-se ou trabalhar com braços elevados, sobrecarregando a musculatura cervical, lombar e dos ombros.
A NR-17 estabelece parâmetros para a altura e disposição dos postos, visando manter a postura neutra do corpo e reduzir o esforço físico. Bancadas reguláveis, prateleiras na altura da cintura e estações ajustadas à estatura do trabalhador são exemplos de soluções que evitam lesões e aumentam a eficiência.
5. Iluminação e climatização inadequadas
Iluminação insuficiente ou excessiva prejudica a visão, causa fadiga ocular e pode levar a erros operacionais.
Já a climatização inadequada, como calor excessivo, frio intenso ou má ventilação, aumenta o desgaste físico, desidratação e o risco de mal-estar. A ergonomia prevê níveis de iluminação adequados às tarefas, controle de temperatura e circulação de ar, criando um ambiente mais confortável e seguro para todos.
3- Ações simples para prevenir afastamentos
Treinamentos práticos
Capacitar a equipe sobre posturas corretas e técnicas seguras de levantamento de cargas é essencial. No varejo e logística, isso significa ensinar a manter a carga próxima ao corpo, evitar torções bruscas e usar equipamentos de apoio. Treinamentos curtos e periódicos reforçam boas práticas e reduzem o risco de lesões.
Adequação dos postos de trabalho
Ajustar a altura de bancadas, esteiras e prateleiras evita movimentos prejudiciais.
Soluções como sistemas de armazenagem em carrossel reduzem agachamentos e esforços excessivos. A NR-17 prevê que superfícies e cadeiras sejam ajustáveis para atender diferentes estaturas.
Pausas e rodízio de tarefas
Implementar micro pausas de 5 minutos a cada 1–2 horas e alternar funções ao longo do dia reduz a fadiga e previne LER/DORT. No estoque, por exemplo, o colaborador pode alternar entre conferência de produtos e organização de prateleiras.
Atividades preventivas
Alongamentos, ginástica laboral e pausas ativas melhoram a flexibilidade, aliviam tensões e aumentam a disposição. Essas atividades podem ser realizadas no início do turno ou em momentos de maior esforço físico, promovendo saúde e integração entre os colaboradores.
4- Conclusão
A ergonomia no varejo e na logística não é apenas uma exigência legal prevista pela NR-17, é uma estratégia inteligente para proteger a saúde dos colaboradores, reduzir afastamentos e elevar a produtividade. Pequenas mudanças no dia a dia têm um impacto direto na qualidade de vida das equipes e na eficiência operacional.
Empresas que investem em ergonomia não apenas cumprem a legislação, mas também constroem um ambiente mais seguro, acolhedor e sustentável. No final, o resultado aparece em menor rotatividade, menos custos com afastamentos e um time mais motivado e engajado.
Sua empresa está pronta para elevar o padrão de cuidado com a saúde e segurança dos colaboradores? A Nextcon pode ser sua parceira estratégica nesse caminho.
Com uma abordagem personalizada e integrada, ajudamos a transformar desafios em resultados consistentes. Entre em contato e saiba como podemos caminhar juntos nessa jornada.


